Investidores estão receosos de que nova lei votada por legisladores europeus freie a inovação no setor.
Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH) e a maioria das principais criptomoedas operam em terreno negativo na manhã desta sexta-feira (1º) em meio à piora dos números da inflação nos EUA e a uma votação da União Europeia sobre a uma legislação de criptomoedas vista com maus olhos pela indústria.
Um projeto de lei aprovado no continente proíbe transações anônimas de criptomoedas, medida que a indústria considera capaz de sufocar a inovação no setor. A regra se aplica a pagamentos acima de 1.000 euros, e requer a identificação dos usuários até mesmo em caso de uso de carteiras não-hospedadas (auto custódia).
A maior criptomoeda por capitalização de mercado é negociada às 7h15 a US$ 45.110, com queda de 4,5% nas últimas 24 horas. Segundo maior criptoativo, o ETH cai um pouco menos, 4%, para US$ 3.274. Sugerindo menor apetite ao risco entre os investidores, criptos menores têm desempenho pior, a exemplo de tokens de metaverso como Gala (GALA) e The Sandbox (SAND), que recuam cerca de 10%.
O desempenho das principais criptos acompanha o mercado de ações, em mais um indicativo de alta correlação entre as classes de ativos. O Bitcoin fechou o trimestre em queda de 2%, estreitando a correlação com o S&P para quase 0,9 (1 é a correlação perfeita).
A correlação entre o índice e o Bitcoin parece ser cíclicas, com perdas da criptomoeda superando as do mercado de ações, dado que é mais volátil e funciona 24 horas por dia. Da mesma forma, um movimento de recuperação tende a ser mais contundente, superando o S&P.
Embora o Bitcoin tenha tido um dos piores começos de ano de todos os tempos, acabou ganhando cerca de 9% ao longo de março, eventualmente superando o desempenho das ações dos EUA.
No entanto, muitas criptomoedas ganharam vida própria e seguiram em disparada sem hesitação. Foi o caso de rivais do Ethereum como como Solana (SOL), Terra (LUNA), Avalanche (AVAX) e Cardano (ADA), que registraram ganhos de dois dígitos no último mês.
O catalisador, segundo especialistas, foi a crescente expectativa em relação à atualização do Ethereum 2.0, prevista para o final de junho.
O que diz o gráfico do Bitcoin
Em termos de análise gráfica, o Bitcoin está em modo de retração depois que o o preço esbarrou na resistência (zona com muito interesse de venda) de US$ 48 mil, afirma o analista Damanick Dantes. Segundo ele, a criptomoeda pode encontrar suporte (zona com muito interesse de compra) em US$ 43 mil, região vista com potencial para estabilizar o movimento de baixa.
O especialista aponta ainda que o índice de força relativa (RSI) no gráfico diário está caindo dos níveis de sobrecompra. No gráfico semanal, no entanto, o RSI está neutro com leituras de impulso positivas. Isso significa que os compradores podem permanecer ativos em níveis de suporte.
Ainda assim, o trader ressalta que o BTC está tentando cair abaixo de uma linha de tendência de alta de duas semanas. Se isso ocorrer, espera-se que o preço mergulhe de forma mais acentuada, semelhante ao que ocorreu no início de fevereiro.
Para o Bitcoin mirar os US$ 50.966, diz o Dantes, o preço deverá se manter acima de US$ 45 mil nos próximos dias.
Fonte: InfoMoney
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