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Bitcoin cai com receio de aperto monetário mais drástico nos EUA

Nível de US$ 45 mil vem sendo mantido, mas especialistas apontam que nova alta só deverá vir com queda de rendimento real dos títulos do Tesouro americano.



O mercado de criptomoedas caiu forte na noite de ontem em movimento que se estendeu pela madrugada acompanhando o fechamento negativo dos principais índices de ações americanos, após a diretora do Federal Reserve, Lael Brainard, apontar um aperto monetário mais agressivo com aumentos recorrentes das taxas de juros e reduções aceleradas no balanço do Fed como medidas para combater a inflação.


O Bitcoin (BTC) recua 2,7% nesta manhã e vai a US$ 45.338, enquanto o Ethereum (ETH) sofre mais, com perdas de 4,8% nas últimas 24 horas, sendo cotado a US$ 3.347 às 7h15 de hoje. As 100 principais criptos do mercado perderam, juntas, 3,5% do valor em relação ao mesmo horário ontem, equivalente a US$ 77 bilhões.


Nem as notícias de que a MicroStrategy adquiriu mais 4.100 bitcoins, no valor de cerca de US$ 190 milhões, e de que a fundação que controla as reservas do projeto Terra (LUNA) prepara uma nova compra de US$ 230 milhões, foram capazes de segurar o preço do Bitcoin.


“O mercado é grande o suficiente para isso não importar muito”, disse Cory Klippsten, CEO da plataforma Swan Bitcoin, ao CoinDesk.


Ainda assim, o fato de o Bitcoin ter mantido até aqui o suporte (preço com alto interesse de compra) em US$ 45 mil é visto como positivo, e um sinal de que os investidores ainda estão dispostos a acumular criptomoedas esperando por uma valorização mais à frente.


Os investidores institucionais estão nesse grupo, apontou a casa de análise Glassnode em relatório.


“As entradas em wBTC [versão do Bitcoin na rede Ethereum], ETFs canadenses e acumulação geral de investidores na cadeia têm sido historicamente fortes, especialmente após as mínimas de preços locais estabelecidas em 22 de janeiro”, afirmou a nota.


Dados compilados pela empresa mostram que as exchanges de criptomoedas tiveram saques significativos de criptomoedas – só de Bitcoin, foram quase 96.000 unidades retiradas do mercado por mês desde o final do ano passado. A atividade, segundo os analistas da Glassnode, sinaliza que uma “acumulação historicamente forte” está ocorrendo.


Por outro lado, agentes de mercado seguem atentos ao aumento dos retornos dos títulos do Tesouro americano, que atinge diretamente ativos de risco. O rendimento real do títulos de 10 anos dos EUA subiu para -0,38% esta semana, o maior desde o início de junho de 2020 – embora ainda negativo, já registra disparada de 66 pontos-base em um mês.


Segundo especialistas, o Bitcoin deverá ganhar fôlego para uma nova subida apenas quando investidores tiverem perspectiva de desaceleração das taxas de juros e, consequentemente, dos retornos da renda fixa americana.


“Outra grande disparada para ouro e Bitcoin provavelmente ocorrerá quando os rendimentos reais pararem de subir. Ainda não chegamos lá”, disse o fundador e chefe de pesquisa da plataforma True Insights, Jeroen Blokland, em postagem no Twitter.


Criptos com menor valor de mercado e que vinham em alta até a manhã de ontem caem forte nas primeiras horas do dia, caso de Celo (CELO) e THORChain (RUNE), por exemplo, que registram perdas de 12% a 13%.


Entre as 10 mais valiosas, o destaque negativo fica com Solana (SOL) e Avalanche (AVAX), que recuam cerca de 6% em 24 horas. Já o melhor desempenho é o da Terra (LUNA), que se mantém praticamente estável em meio à chegada do produto de renda passiva da Anchor, que entrega quase 20% de retorno anual, aos clientes da Binance.


Fonte: InfoMoney

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