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Foto do escritorFrancisco Macedo

Bitcoin chega ao menor preço desde dezembro de 2020. O que está acontecendo?

Nas últimas 24hs, a maior criptomoeda do mundo perdeu o importante suporte de US$ 30 mil e chegou a atingir US$ 24,5 mil às 4 da manhã.



Maio vem sendo um mês desastroso para o Bitcoin (BTC) que, nas últimas 24h, perdeu o importante suporte de US$ 30 mil e levou consigo todo o mercado de criptomoedas. A maior criptomoeda do mundo tem acompanhando as baixas das ações de tecnologia nos Estados Unidos. E, na última semana, a cotação da moeda piorou após a divulgação de dados sobre a economia chinesa.


Segundo o especialista em investimentos Fabio Louzada, o cenário é de aversão ao risco, com três fatores sendo determinantes para as quedas no preço do ativo: inflação nos EUA; guerra entre Rússia e Ucrânia e lockdown na China.


A guerra na Ucrânia e as consequentes sanções impostas à Rússia afetam a cadeia de suprimentos, fazendo com que os produtos fiquem mais caros. Essa inflação impacta especificamente os Estados Unidos, que tomou medidas combativas refletidas no aumento dos juros, o que deixa ativos mais voláteis, como as criptos, um investimento mais arriscado.


Em 4 de maio, o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) elevou a taxa de juros do país em 0,5 ponto percentual, a maior alta em mais de 22 anos. Com isso, ela passou a ser de 0,75% a 1% ao ano. No mesmo dia, o Copom (Comitê de Política Monetária) subiu a taxa Selic para 12,75% ao ano.


Já o resultado da balança comercial chinesa de abril reforçou temores de uma forte desaceleração da economia global e, por consequência, gerou uma aversão a riscos, o que prejudica ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, e favorece outros vistos como mais seguros, como o dólar – as exportações do país atingiram os menores níveis em dois anos.


Mais motivos


Matt Dibb, diretor de operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, afirma que outros fatores para o declínio na cotação na última semana foram a baixa liquidez do mercado de criptomoedas e também temores de que a stablecoin algorítmica chamada Terra USD (UST) poderia deixar de ser atrelada ao dólar.


De fato, a Terra USD (UST) deixou de estar atrelada ao dólar, e muitos especulam que, para salvá-la, a Luna Foundation estaria liquidando (vendendo) sua carteira de aproximadamente 42 mil bitcoins, o que teria contribuido fortemente para a queda na cotação do BTC.


A UST é observada de perto pela comunidade de moedas digitais, tanto por causa da nova maneira pela qual mantém sua indexação ao dólar 1:1, quanto porque seus criadores estabeleceram planos para montar uma reserva de US$ 10 bilhões em bitcoins para apoiar a stablecoin, o que significa que a volatilidade na UST poderia potencialmente se espalhar para os mercados de bitcoin.


Oportunidades de lucro na baixa


Paulo Boghosian, co-head do TC Cripto, acredita que, apesar de ser muito mais difícil navegar em um mercado de baixa, ainda há oportunidades de lucro e formas de mitigar o risco.


"Tem um ditado bem famoso no mercado financeiro que alguns atribuem a JP Morgan, mas que tem a origem incerta. Independente de quem falou pela primeira vez, faz todo sentido: "Em bear markets, as ações voltam para os seus verdadeiros donos". Quer dizer, nesse momento do mercado, especuladores capitulam e vendem seus prejuízos para aqueles que de fato têm convicção naqueles ativos", disse.


Boghosian foi certeiro recentemene ao declarar que o mercado de criptomoedas vivia um bear market e que a tendência para o preço do Bitcoin era de baixa, o que se confirmou com o BTC registrando mais uma queda drastica de 10%.


Segundo aponta o analista quando o Bitcoin caiu de U$ 17.000 para U$ 3.000 em 2018, 86% dos HODLers não venderam suas moedas. Ele usa o dado para destacar que no bear market é preciso ter forte convicção na sua tese de investimento, e é preciso entender qual a sua tolerância a risco.


Desesperados não vão sobreviver


"E isso nem sempre é tão claro quando o preço do ativo está subindo. Tudo é muito mais fácil quando o preço está subindo, não é? Mas se você for “panicar” no momento em que estiver tudo vermelho na tela, é melhor ser o primeiro do que o último. E se você estiver no Bitcoin por estar na moda, ou porque o seu amigo ficou rico da noite pro dia e falou que era fácil, você não vai sobreviver um bear market em cripto", disse.


Desta forma ele aponta que não é só a alta que oferece oportunidade de ganhos, mas também no mercado de baixa desde que os investidores tenham paciência e convicção.


"O investidor convicto na tese de longo prazo do Bitcoin consegue comprar barato, o investidor de Venture Capital consegue entrar em deals com valuations bem mais baixos, o comprador de NFTs entra nos whitelists com facilidade e por aí vai. O ponto é que os trades ficam menos superlotados porque o investidor de forma geral perde o interesse, mas quem tem paciência e convicção, muitas vezes, é recompensado", disse.


Ele destaca que em 2018, quem estava testando os protocolos de DeFi recebeu airdrops de seus respectivos tokens a centavos de dólar, como ocorreu com o Unisawp que valia próximo de U$3 quando houve o airdrop e chegou a valer U$44 no pico.


"Investidores que usavam ativamente o protocolo viram seus airdrops valerem dezenas ou centenas de milhares de dólares", apontou.


Evitar alavancagem


Para o usuário que tem o perfil mais trader, no momento de bear market, muitos pares têm sua liquidez reduzida, e, com o desinteresse do varejo, o usuário acaba fazendo trades exclusivamente contra market makers ou institucionais com "deep pockets". Ou seja, não há dinheiro novo e os usuários estão diretamente disputando contra traders extremamente sofisticados que são muito difíceis de serem batidos. Uma maneira de mitigar esses riscos é não usar a alavancagem.


A alavancagem é o grande inimigo do trader de varejo, pois ele corre risco de ser liquidado e, muitas vezes, o que esses players institucionais fazem é justamente liquidar o varejo para se utilizar da sua venda forçada como liquidez, para posteriormente andar na direção oposta. E, acredite, os market makers sabem inferir onde estão os stops do mercado.


Fonte: Cointelegraph

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