Queda acompanha movimento de aversão ao risco nos futuros dos EUA. Traders que apostavam na alta perdem US$ 242 milhões em horas.
O Bitcoin (BTC) e as criptomoedas foram atingidas em cheio junto com os futuros das bolsas dos Estados Unidos assim que Vladimir Putin, presidente da Rússia, autorizou, às 23h57 (hora de Brasília) de ontem, o início de uma “operação militar especial” na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
Apesar de Putin ter afirmado em discurso transmitido pela televisão estatal russa que não planejava ocupar o país, investidores iniciaram nova onda de liquidação de posições de ativos de risco. O Bitcoin caiu 9% durante a madrugada e voltou a ser negociado na região dos US$ 34 mil, considerado um importante suporte (zona com muito interesse de compra).
Analistas dizem que a queda atual mostra que as criptomoedas não são uma boa escolha para investidores que buscam estabilidade em períodos de turbulência no mercado, em contraste com hedges tradicionais contra riscos, como ouro.
O Bitcoin já passou por vários momentos de queda em sua história, chegando a cair mais de 80% em um único dia, resultado de eventos globais. No longo prazo, entretanto, a moeda digital sempre se recuperou e continuou alcançando recordes de preço. Essa é, no entanto, a primeira vez que o Bitcoin será testado em um cenário de guerra.
Especialistas acreditam que, como em outras ocasiões, ele vai se recuperar, dada sua natureza escassa, mas isso pode não acontecer tão cedo. “O Bitcoin é um participante involuntário da volatilidade que está atingindo todos os ativos de risco das tensões Rússia-Ucrânia”, disseram analistas. “A montanha-russa do Bitcoin não terminará tão cedo”, acrescentaram.
Como é comum acontecer em momentos de crise, as chamadas altcoins (criptomoedas para além do Bitcoin) levam a pior e são negociadas em forte queda, com o Ethereum (ETH) recuando 12,5%, para US$ 2.381,75 e diversos ativos do top 100 por valor de mercado desvalorizando na casa dos 20% considerando o preço de 24 horas atrás.
Entre as criptos mais valiosas, o pior resultado é o da Cardano (ADA), que despenca 17,3%, para US$ 0,76. Fazia cerca de um ano desde a última vez em que a criptomoeda havia sido negociada por esse preço. Agora, quase todos os ganhos de 2021 foram apagados e a ADA perde a 7ª posição no ranking para a Solana (SOL), que perde “apenas” 10% hoje.
No mercado cripto como um todo, cerca de US$ 100 bilhões evaporaram. O mergulho dos preços frustrou planos de traders que ficaram esperançosos com a alta de ontem e abriram posições compradas em trades de margem e futuros. Como o mercado rumou para sentido contrário, suas garantias foram corroídas e resultaram e prejuízo de US$ 242 milhões horas depois do anúncio dos ataques na Ucrânia, segundo a ferramenta Coinglass.
Fonte: InfoMoney, LiveCoins
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