Mercado aguarda ansioso pelo anúncio do Fed, enquanto indicadores e notícias apontam cenário positivo para o Bitcoin

A cautela internacional com os ativos de risco tem pressionado as criptomoedas nos últimos dias, em especial o bitcoin (BTC), que luta para superar a barreira dos US$ 50 mil. A queda desde as máximas históricas já é de 31,2% em dólar, mas não é de forma alguma o maior retrocesso do ano. Entre abril e julho, os preços foram corrigidos em 54% antes do retorno do ímpeto de alta.
A alavancagem permanece baixa
As quedas no mercado de criptomoedas têm sido atribuídas majoritariamente ao excesso de alavancagem. Entretanto, a empresa de análise Glassnode apontou que as posições compradas alavancadas foram eliminadas. A conclusão é derivada do indicador Open Interest (OI), que mede o número total de contratos de derivativos pendentes que não foram liquidados.
Quando o Open Interest está elevado, ele age como combustível para a volatilidade. Se o mercado não seguir a direção esperada pelos investidores alavancados, ocorrem liquidações em cascata, provocando rápida queda no preço do Bitcoin. Isso é precisamente o que aconteceu depois do ATH em abril e novamente em setembro.
A boa notícia é que, ao longo da semana passada, o Open Interest despencou em cerca de 50 mil BTC (aproximadamente US$ 2,5 bilhões).
“Isso adiciona mais evidências de que uma grande maioria da alavancagem ‘excessiva’ foi retirada do mercado.”
Mais alívios
Outra boa notícia diz respeito ao tom positivo dos debates entre executivos de corretoras de criptomoedas (exchanges) e o Congresso norte-americano para regulamentar esse mercado. Até o momento, as novas regras aparentam estar em linha com o desenvolvimento do mercado.
As notícias sobre a covid-19 também seguem para uma linha com tendência positiva. A variante ômicron aparenta ser mais transmissível do que a delta, mas menos letal, de acordo com dados de estudos preliminares.
Mesmo assim, ainda não se sabe exatamente a extensão da eficácia das vacinas disponíveis contra a nova cepa. Entretanto, mais cedo, a Pfizer anunciou um medicamento antiviral que reduz em 89% a chance de internação e morte por covid-19.
Decisão de política monetária do Fed é crucial
Os temores do mercado continuam a limitar o apetite dos investidores. Uma notícia que pode injetar um tão esperado otimismo no mercado diz respeito ao Federal Reserve, que anunciará, nesta quarta-feira (15), como atualizará suas políticas monetárias. Essas políticas, até então, ajudaram a impulsionar os mercados de ativos de risco.
Os economistas esperam que o Fed duplique a velocidade da retirada gradual de estímulos monetários. A meta será encerrar as compras de ativos ainda no primeiro trimestre do ano. Também espera-se que o banco central aumente as taxas de juros no próximo ano.
Caso a decisão do Fed inclua uma surpresa ou sua previsão de aumento das taxas de juros seja mais agressiva do que o antecipado, é possível que ocorra uma forte reação do mercado.
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