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Foto do escritorFrancisco Macedo

República Centro-Africana adota bitcoin como moeda oficial

Assembleia Nacional aprovou por unanimidade a lei que rege as criptomoedas na República Centro-Africana.



A República Centro-Africana (RCA), um dos países mais pobres do mundo, adotou o bitcoin como moeda oficial junto com o franco CFA, informou na quarta-feira (27) o governo local. Esta é a segunda nação a adotar a criptomoeda como moeda de curso legal. Em 7 de setembro, El Salvador tornou-se o primeiro país do mundo a fazê-lo e, até o momento, um quinto das empresas do país agora aceita bitcoin.


A Assembleia Nacional da República Centro-Africana aprovou por unanimidade a lei "que rege as criptomoedas na República Centro-Africana" e o presidente do país, Faustin-Archange Touadéra, promulgou a norma, disse em comunicado o chefe do Gabinete da Presidência, Obed Namsio.


A RCA é “o primeiro país da África a adotar o bitcoin como moeda de referência”, destacou Namsio sobre esta “decisão histórica” que põe o país africano “no mapa das nações mais corajosas e visionárias do mundo”. “A adoção do bitcoin como moeda oficial representa um passo decisivo para a abertura de novas oportunidades para o nosso país”, acrescentou.


Dois terços do país - rico em diamantes, urânio e ouro - são controlados por milícias e, segundo a ONU, cerca de 692 mil pessoas estão deslocadas internamente.


A adoção do bitcoin pela RCA intrigou o mundo das criptomoedas e os moradores do país produtor de ouro e diamantes, e provocou um pedido por cautela pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O uso do bitcoin para comprar e vender bens e serviços depende de internet confiável e rápida e acesso generalizado a computadores ou smartphones.


Mas a República Centro-Africana tem taxas de apenas 11% de penetração na internet, ou cerca de 550 mil pessoas online em 2021, estima o site DataReportal. Enquanto isso, só cerca de 14% das pessoas têm acesso à eletricidade e menos da metade tem conexão de telefone celular, diz a Economist Intelligence Unit.


Analistas e especialistas em criptomoedas disseram que grandes desafios vêm pela frente na adoção do bitcoin em um dos países mais pobres do mundo, com baixo uso de internet, conflito generalizado, eletricidade irregular e uma população pouco familiarizada com moedas digitais.


Mensagem sobre o Franco CFA


Alguns disseram que, ao adotar o bitcoin, a República Centro-Africana envia uma mensagem sobre o franco CFA da África Central, moeda regional usada por seis países governada pelo Banco dos Estados da África Central (BEAC) e atrelada ao euro.


O BEAC deve, por meio da união monetária, manter pelo menos 50% dos ativos estrangeiros com o Tesouro francês, arranjo que tem sido criticado por retardar o desenvolvimento econômico.


“A África Central está extremamente atrasada em termos de desenvolvimento”, disse Chris Maurice, presidente da empresa de câmbio de criptomoedas Yellow Card Financial.


“É um grande dedo do meio para o sistema econômico francês.”


Fontes: Gazeta do Povo e CNN Brasil

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